As sete características de um espírito de Jezabel



Nelson Gervoni
A personagem Jezabel, que aparece pela primeira vez em 1 Reis 16.31, morreu de forma horrenda (2 Reis 9.29-37), no entanto,  seu espírito ainda vivo reaparece mais tarde na Igreja de Tiatira (Apocalipse 2.18). Se trouxermos a realidade de Apocalipse para os dias atuais concluímos que O ESPÍRITO DE JEZABEL AINDA VIVE NAS IGREJAS, com aspectos muito específicos. É possível confirmar isso com claros exemplos bíblicos que podemos chamar de AS SETE CARACTERÍSTICAS DE JEZABEL. 
1. Esse espírito age na igreja como uma pessoa influente e poderosa, atrai pessoas de poder e influência, com incrível capacidade de envolvê-las em seus enganos (1 Reis 16.31-33).
2. Tendo em mãos o controle da pessoa atraída, mobiliza toda a sua inteligência, sutileza e espírito sedutor feminino para a sua função precípua: PERSEGUIR E MATAR PROFETAS de Deus, fazendo isso parecer algo muito importante e natural (1 Reis 18.4, 13).
3. Coloca os profetas que não consegue matar em SITUAÇÃO DE CAVERNA, tentando enclausurar ou limitar seu ministério profético, conforme os versículos acima.
4. Ameaça profetas com palavras e sutilezas, tentando infringir-lhes temor com a finalidade de fazê-los calar (1 Reis 19.2). Profeta de Deus falando incomoda espírito de Jezabel.
5. Age com ardil, articulando politicamente os aspectos relacionados à religião, forjando provas para matar quem se põe em seu caminho, visando transformar a vinha (plantação de uvas) do outro em sua horta particular (1 Reis 21.1-15). Seus interesses pessoais estão acima de qualquer coisa.
6. Tem incrível habilidade de pressionar (e impressionar) pessoas influentes, fazendo-os pecar, para realizar seus intentos (1 Reis 21.25). Por exemplo, a Jezabel de Tiatira, segundo Champlin, conseguia fazer com a liderança daquela igreja o mesmo que Jezabel de Israel fazia com o seu marido. Com isso a personagem do NT alcançava o beneplácito de seu “pastor”, “a quem não faltavam sentimentos generosos e gentis”, resultado de seu “caráter fraco e maleável,  que logo se transformou em instrumentos nas mãos dela...” (Champlin, vol. 3, p. 507).
7. Faz-se passar por alguém que tem um importante ministério – “mulher que se diz profetiza” –, no entanto se vale do cargo para, dissimuladamente, ensinar o mal como se fosse o bem. E o que é pior: alcançando a tolerância de seus líderes. Ou seja, não se trata de uma pessoa qualquer, mas alguém “muito útil” à igreja, conforme se vê no Apocalipse.
Engana-se quem pensa que o espírito “jezabeliano” se manifesta através da prostituição cultual – imoralidade sexual no culto religioso – ou da idolatria literalmente falando.  Se alguém atualmente tivesse uma postura dessa natureza no sentido literal, seria rapidamente reconhecido como um espírito maligno na igreja e repreendido nos termos da Palavra. As facetas de Jezabel atualmente são outras, entretanto, para as mesmas representações. Dito de outra forma, trata-se de um espírito que usa dos artifícios já relacionados, com o intuito de distorcer e contaminar a verdadeira adoração, “assim desafiando e negando à autoridade espiritual legítima na comunidade religiosa”, como afirma Champlin (p. 505).
Para Champlin “É possível que ‘Jezabel’ tenha sido uma mulher real [...] dentro da igreja de Tiatira, e líder da própria igreja”. No entanto, Champlin faz uma observação que reforça a ideia da existência de um espírito jezabeliano que atua nas igrejas.  Ele diz que “Não é provável que esse tenha sido seu nome real, não obstante, ela era uma Jezabel” (p. 508).
Conclusão
No hebraico Jezabel é “casta”, nome pelo menos emblemático para a personagem bíblica. Dado à sua disposição para o mal, a omissão e a tolerância à Jezabel como a que é vista em Apocalipse 2.20,  prejudica a paz do sistema,  afetando todo o conjunto, como se vê em 2 Reis 9.22. Tolerar tal espírito na igreja empana todo o brilho de suas obras. Diz O Senhor: “Eu conheço as tuas obras, e a tua caridade, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. Mas tenho contra ti, que toleras Jezabel [...]” (Apocalipse 2.19-20b). Em outras palavras, a Bíblia está dizendo que as boas características do pastor e de “sua” igreja são manchadas quando se tolera tal espírito, quando se há omissão em confrontá-lo.

Um espírito de Jezabel não confrontado, recorrentemente atacará profetas. Mas, felizmente Deus prepara atuais Obadias para protegê-los e alimenta-los quando ameaçados por tal espírito se refugiam em suas cavernas (1 Reis 18.4, 13). Mais felizmente ainda, Deus pergunta aos seus atuais Elias: O que você está fazendo na caverna? (1 Reis 19.9) e em seguida os encoraja a sair,  dizendo-lhes: “Sai da caverna e põe-te neste monte perante a face do Senhor” (19.11a).

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